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sábado, 30 de janeiro de 2010

Conceito Halal

O conceito Halal é usado em todas facetas da vida. Utilizamos este conceito para questões que dizem respeito a alimentos e produtos industrializados.
A Sharia determina que questões relativas Halal e Haram devem ser submetidas ao contexto do Alcorão e da sunna (tradição e orientação do profeta). Nós nos alimentamos diariamente de produtos com ingredientes que se escondem em nomes de difícil interpretação. Devemos solicitar dos fabricantes a real composição dos alimentos, assim como, a descriminação de sua fonte de origem. Dentre esses produtos estão biscoitos, queijos, imbutidos, doces etc., que podem conter inúmeros ingredientes ilícitos: desde derivados de suíno, até cabelo humano, insetos, álcool etc.
Existem produtos, que ao olhar dos consumidores, são considerados lícitos. Isso é um erro gravíssimo, uma vez que um produto halal pode ser contaminado por outro Haram, dependendo do ingrediente utilizado. Em nossa visão, todos os alimentos e produtos industrializados são considerados Mashbooh (duvidosos) até que se possa comprovar que sua origem e processo, consistem em alimentos Halal ou Haram.

Os mecanismos, que formam o sistema Halal, envolvem desde a cadeia produtiva até o resultado final e seguem requisitos básicos, como o manejo consciente da terra e meio ambiente, que incluem o uso de agrotóxico legal, tratamento de efluentes, higiene funcional, equipamentos, processamento com produtos Halal, armazenamento etc.
Essas exigências trazem um grande impacto positivo a todos. O consumidor obtém alimentos mais saudáveis e os fabricantes ganham mais clientes com maior potencial de compra.
O consumidor deve estar atento aos produtos certificados que tenha em sua embalagem o selo halal de garantia. Deve informar-se se tal instituição existe e se é reconhecida mundialmente para evitar fraudes.
O certificado Halal e selo de garantia de uma instituição de credibilidade ira facilitar a vida do consumidor muçulmano e oferecer a garantia de conformidade dos produtos em relação à Jurisprudência Islâmica.

Núcleo de Desenvolvimento do Conceito e Sistema Halal do Brasil
Central Islâmica Brasileira de Alimentos Halal (CIBAL HALAL)
Esta obra pode ser reproduzida mediante a citação da fonte
http://www.cibalhalal.com.br/

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

o que é Halal?


Halal significa lícito é o mesmo que permitido, autorizado (permitido ao consumo humano, legal). Alimentos Halal são aquelas cujo consumo é permitido por Deus. No Sagrado Alcorão, Deus ordena aos muçulmanos e a toda a humanidade a comer apenas alimentos Halal.
O Sagrado Alcorão nos ensina na Surata 5ª, versículo 4º:
“FORAM-VOS PERMITIDAS TODAS AS COISAS SADIAS”.
• Assim, está permitido ingerir como alimento, respeitando as Leis islâmicas, todo o tipo de alimento que não contenha ingredientes proibidos ou partes desses alimentos ou de animais que não tenham sido abatidos/degolados dentro dos procedimentos e normas ditadas pelo Alcorão Sagrado e pela Jurisprudência Islâmica.
• Os peixes e outros animais aquáticos são permissíveis (Halal), a não ser aqueles que estejam intoxicados ou que sejam prejudiciais à saúde humana, ou venenosos; assim como, estão proibidos os animais que vivem tanto na terra como na água, como crocodilos e seus assemelhados.
• Todo o tipo de vegetal é Halal, a não serem aqueles que estejam contaminados ou intoxicados por pesticidas, sejam venenosos ou produzam efeitos alucinantes ou que de qualquer forma possam ser prejudiciais à saúde do homem.
• Qualquer produto mineral ou químico, em princípio é permissível, exceto aqueles com possam causar qualquer tipo de intoxicação ou prejuízo à saúde.
• A água é totalmente Halal, exceto quando esteja contaminada ou por qualquer meio for prejudicial à saúde.
• Todo produto, criado por meio da biotecnologia, extraído de vegetal, mineral e microbiana para a indústria alimentar é Halal.
• Produtos de origem sintética utilizada na indústria de alimentação será Halal a partir da comprovação de sua elaboração, onde se prove que não é prejudicial ao ser humano.
• Derivado de origem animal, utilizado nas indústrias de alimentação, só será Halal, se o animal for sacrificado conforme a lei islâmica, mediante comprovação sob a supervisão da CIBAL Halal.
• Queijo processado através do coalho microbiano é Halal.
• Leite (de vacas, ovelhas, camelas e cabras).
• Queijo processado através do coalho microbiano é Halal.
• Frutas frescas ou secas, legumes, sementes como amendoim, nozes, caju, avelãs, grãos como trigo, arroz, centeio, cevada, aveia etc., a não serem aqueles que estejam contaminados ou intoxicados por pesticidas (agrotóxicos em excesso), ou que de qualquer forma possam ser prejudiciais à saúde do homem.

Núcleo de Desenvolvimento do Conceito e Sistema Halal do Brasil
Central Islâmica Brasileira de Alimentos Halal (CIBAL HALAL)
Esta obra pode ser reproduzida mediante a citação da fonte.
http://www.cibalhalal.com.br/

Conhecer o Halal

Muitos imaginam que Halal se limita à degola do animal e ao ritual. Esta concepção é incorreta, o Halal (Lícito) vai muito além, existem inúmeros fatores de riscos que podem afetar a saúde do consumidor.

Halal também é a base de tudo que é lícito, na política, no social, no alimento, nos atos praticados (conduta), na justiça, nas vestimentas, nas finanças etc.

Halal é muito mais que um produto sendo elaborado com matéria prima Halal. É o resultado de um sistema de produção que busca criar mecanismos que contribuam com a saúde humana, criando equilíbrio sustentável em todo seu processo.

Núcleo de Desenvolvimento do Conceito e Sistema Halal do Brasil
Central Islâmica Brasileira de Alimentos Halal (CIBAL HALAL)
Esta obra pode ser reproduzida mediante a citação da fonte.
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Versículos do Alcorão que tratam da questão da alimentação


Surata 2 versículos 168

“Ó humanos! Comei, do que há na terra, sendo lícito e benigno; e não sigais os passos de Satã. Por certo, ele vos é inimigo declarado.”

Surata 2 versículo 172

“Ó vós que credes! Comei das coisas benignas que vos damos por sustento, e agradecei a Deus, se só a Ele adorais.”

Surata 2 versículo 173

“Ele vos proibiu, apenas, a carne do animal morto, e o sangue, e a carne de porcos, e o que é imolado com invocação de outro nome que o de Deus. E quem é impelido a alimentar-se disso, não sendo transgressor nem agressor, não haverá pecado sobre ele. Por certo, Deus é Perdoador, Mesericordiador.”

Surata 5 - versículo 3

“É-vos proibido o animal encontrado morto e o sangue e a carne de porco e o que é imolado com invocação de outro nome que o de Deus; e o animal estrangulado e o que é morto por espancamento e por queda e por chifradas e o eu a fera devora, parcialmente – exceto se o imolais – e o que é imolado sobre pedras levantadas, em nome dos ídolos; Então, quem é impelido pela fome a alimentar-se do que é proibido, sem intuito de pecar, por certo, Deus é Perdoador, Mesicordiador.”

Surata 5 versículo 90

“Ó vós que crefes! O vinho e o jogo de azar e as pedras levantadas com nome dos ídolos e as varinhas da sorte não são senão abominação: ações de Satã. Então, evitai-as na esperança de serdes bem aventura.”

Surata 5 - versículo 91

“Satã deseja, apenas, semear a inimizade e a aversão, entre vós, por meio do vinho e do jogo de azar, e afastar-vos das lembranças de Deus e da oração. Então, abstervos-eis disso?”

Surata 5 versículo 96

“É-vos lícita a pesca do mar e seu alimento, como proveito para vós e para os viandantes.”

Surata 16 versículo 14

“E Ele é Quem vos submete o mar, para dele comerdes carne tenra.”

Surata 35 versículo 12

“E os dois mares não se igualam. Este é doce, sápido, suave de beber, e aquele é saiso, amargo. E, de cada um comeis carne tenra e extrais adornos, que usais. E tu vês o barco sulcando-os, para buscardes algo de Seu favor. E para serdes agraciados.”

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O que é Haram?

Haram é o mesmo que ilícito, proibido, impuro, ilegal. Alimentos e bebidas Haram são absolutamente proibidos por Deus. Comer Haram é proibido para todos os muçulmanos.

Na surata 5o versículo 3o, reza:

ESTA-VOS VEDADO: A CARNIÇA, O SANGUE, A CARNE DE SUINO E TUDO O QUE TENHA SIDO SACRIFICADO COM A INVOCAÇÃO DE OUTRO NOME QUE NÃO SEJA DEUS”.

Animais proibidos

• Porco e cachorros e seus semelhantes;
• Animais que possuem longas presas (dentes), tais como tigres, elefantes, macacos, etc.;
• Pássaros predadores como o águia, falcão, etc.;
• Animais pestilentos como ratos, centopéias, escorpiões e semelhantes;
• Criaturas ou insetos que são consideradas repulsivas como as moscas, vermes, lesmas, baratas etc.;
• Répteis como crocodilos, cobras, etc.;
• Animais e aves que se alimentam de carniça.

Alimentos e insumos proibidos
  • Carne de suíno e seus derivados (gelatinas, culturas de fermentação, queratina, etc.);
  • Animais abatidos de forma imprópria ou mortos antes do abate;
  • Animais abatidos com invocação de outro nome que não seja de Deus;
  • Nenhuma forma de sangue e seus derivados;
  • Gelatina de origem bovina que por sua vez não foram abatidos conforme a jurisprudência Islâmica;
  • Alimentos industrializados que contenham ingredientes elaborados com etanol;
  • Bebidas alcoólicas;
  • Corante (ácido carminico, cochinilha);
  • Coalho e fermento de origem animal que por sua vez não foram abatidos conforme jurisprudência Islâmica;
  • Leveduras de cervejarias;
  • L-Ceteína extraída de cabelo humano;
  • L-Ceteína de penas de aves que por sua vez não foram abatidos conforme jurisprudência Islâmica;
  • Aromas que utilizam o álcool (etanol) e gordura animal (Suíno) como solvente ou transportador;
  • Soro de leite proveniente de laticínios que utilizam coalho animal;
  • Molho de soja fermentado (liquido e pó);
  • Embalagens biodegradáveis que utilizam gelatina suína.

Núcleo de Desenvolvimento do Conceito e Sistema Halal do Brasil
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O que é Mashbooh?

Significa duvidoso ou suspeito. Se alguém não sabe se um determinado alimento ou bebida é classificado como Halal ou Haram, tal alimento ou bebida é duvidosa.

São alimentos que podem ter duas ou mais fontes de extração como, por exemplo, a gelatina ela pode ser extraída do suíno, vegetal, peixes, etc. se for de suíno é Haram os demais são Halal.

Um alimento ou produto Halal(lícito, permitido) pode ser tornar Haram (ilícito, não permitido) com a introdução de ingredientes ilícitos como, por exemplo, a utilização de etanol como solvente nos aromas, gelatina em alimentos lácteos, etc.

Nos alimentos industrializados são utilizados inúmeros ingredientes que podem ser de origem Halal (lícito, permitido)ou Haram (ilícito, não permitido). A avaliação do status requer investigação de todos aditivos e ingredientes definindo sua origem.

Núcleo de Desenvolvimento do Conceito e Sistema Halal do Brasil
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Aditivos e ingredientes


Apresentamos uma breve lista de produtos para auxiliar no conhecimento do que o consumidor ingere em seu organismo.







Álcool etílico ou etanol é um líquido incolor, produzido pela fermentação de vegetais, em especial, da cana de açúcar. É utilizado em bebidas alcoólicas e como solvente de aditivos alimentares.

* Bebida alcoólica é haram.
* Alimentos que, em sua base de elaboração, contenham álcool utilizado como solventes é haram.

Existem outros alcoois que são permissíveis (Halal) pela Jurisprudência Islâmica: os provenientes do petróleo, como, por exemplo, o plopileno glicol.


Coalhos obtidos a partir do estômago de bezerros e bois.

* É Halal, se obtidos de animais abatidos conforme Jurisprudência Islâmica.

* É haram, se obtidos sem o abate islâmico.

Atualmente, existem alternativas mais confiáveis como o coalho de origem microbiana, que é 100% Halal.

O corante vermelho carmin (ácido carmínico, cochinilha). Origem: extraído a partir de partes secas do corpo da fêmea do inseto Dactilipius coccus, que vive em cactos nativos na região do México e são cultivados na América do Sul. Segundo nossas instituições irmãs espalhadas pelo mundo, este produto foi decretado como haram. Nossos irmãos seguem o conhecimento do nobre estudioso Hanafi Muzhab.

A gelatina é um colágeno extraído da pele e ossos de animais. A grande maioria das gelatinas encontradas em supermercados, no Brasil, é de origem suína, portanto haram. A legislação brasileira não obriga os fabricantes de gelatina descriminarem sua origem nas embalagens ou rótulos.

* A gelatina A é de origem suína, haram.

* A gelatina B de origem bovina. Para que esta mesma seja considerada halal, deve ser proveniente de animais abatidos conforme a Jurisprudência Islâmica.

* A gelatina de peixe é Halal.

* A gelatina vegetal é Halal.

Procure se informar com os fabricantes sobre a origem da gelatina a ser consumida. Caso de origem suína, você estará consumindo um alimento haram.

A L-Ceteína é um ingrediente muito utilizado em produtos de panificação e aromas. Sua extração se dá a partir de fios de cabelo humano, penas de aves e materiais sintéticos.

* É Halal, se obtido de materiais sintéticos (petróleo) ou de pena de aves como frango, galinhas, patos, quando forem provenientes de abate islâmico.

* É haram, se proveniente de fio de cabelo humano.

Gorduras vegetais e animais.

* É Halal, se obtidas de 100% de vegetais ou animais abatidos conforme Jurisprudência Islâmica.

* É haram, se obtido do suíno e de animais que não foram abatidos conforme Jurisprudência Islâmica.

Lípase é uma enzima extraída do fígado, pâncreas ou estômago do suíno e outros animais. Pode-se também extraí-la de vegetais.

* É Halal, se de vegetais.

* É haram, se de animais.

Pepsina é uma enzima digestiva extraída do estômago do suíno, portanto é haram.


Núcleo de Desenvolvimento do Conceito e Sistema Halal do Brasil
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Esta obra pode ser reproduzida mediante a citação da fonte

A proibição de se alimentar do suíno

Por Dib Ahmad El Tarrass

Existem inúmeros motivos que demonstram a impureza da carne de porco. Atualmente, a ciência constata a presença de inúmeros males provenientes da ingestão da carne de porco.


Existem inúmeros versículos no Alcorão que indicam a proibição do consumo da carne suína, por exemplo: surata 2 versículo 173, “Ele vos proibiu, apenas, a carne do animal morto, e o sangue, e a carne de porco, e o que imolado com invocação de outro nome que não seja Deus.”


Em outras religiões monoteístas, como a dos judeus e cristãos, também existe tal proibição em Deuteronômio 14:8. “Também porco, porque tem cascos partidos, mas não rumina, não deveis comer nenhuma carne sua e não deveis tocar nos seus cadáveres.”


O porco é um animal que carrega em sua carne inúmeros organismos com grande quantidade de toxinas, vermes e moléstias que são capazes de gerar inúmeras doenças.


A cisticercose suína é uma doença parasitária originada a partir da ingestão de ovos de Taenia solium, cujas formas adultas têm o homem como hospedeiro final; normalmente, os suínos apresentam apenas a forma larval (Cysticercus cellulosae). O quadro clínico da teníase no homem pode acarretar dor abdominal, anorexia e outras manifestações gastrointestinais.


A teníase, no entanto, pode conduzir à cisticercose humana, cuja localização cerebral é a sua manifestação mais grave, podendo levar o indivíduo à morte.

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Relatos de epidemia na Ásia

Autoridades declaram que infecção bacteriana está atacando criações de suínos. Governo ordenou abate de rebanhos e restrição de vendas de carne na região.

Um surto de doença febril já causou 19 mortes nas cidades de Ziyang e Neijiang, na província de Sichuan, na China. O diagnóstico oficial é que estamos diante de um surto de Streptococcus sui, uma bactéria endêmica em áreas de criação de suínos. Apesar de preferencialmente infectar animais, a contaminação de humanos acontece eventualmente.

O surto começou há um mês, com mais de 80 casos confirmados. Segundo as autoridades locais, no momento, além das 19 mortes, 17 pacientes estão internados em estado grave. Todas as vítimas eram fazendeiros que abatiam ou processavam carne de porco em suas propriedades.

Muitas vezes as fábricas que processam carne de porco rejeitam animais, por apresentarem sinais de infecção, e os fazendeiros resolvem fazer o abate e a distribuição da carne sem os mesmos critérios higiênicos.

Alerta

O problema colocou o governo chinês e as autoridades sanitárias internacionais em estado de alerta. A preocupação inicial era que se tratasse de um novo surto de gripe aviária. A partir do diagnóstico da infecção bacteriana, o governo ordenou o abate de toda criação suína nas áreas contaminadas. Além disso, está proibido o comércio e saída de produtos dessa região para Hong Kong e Macau.

Os sintomas da infecção pela bactéria do porco são: febre, dores de cabeça e, nos casos mais graves, meningite e septicemia. Em todos os casos a contaminação se deu pelo contato direto com a carne de porco infectada. Não existem evidências de transmissão direta entre humanos.

O último surto causado por essa bactéria assolou o Sudeste Asiático em 2005.
No caso atual mais da metade dos pacientes foi atendida em estado grave, e a letalidade tem sido muito alta. O esforço do governo central em identificar os focos da epidemia, destruir as criações infectadas e bloquear os canais de comercialização não se deve só à proximidade dos Jogos Olímpicos. É importante proteger o rebanho suíno do país, que está entre os maiores produtores de carne de porco do mundo.

Fonte: Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN

Respirar cérebro de porco é causa de misteriosa nova doença neurológica

Enfermidade causa inflamação nos nervos da coluna e dor intensa.
Causa é exposição ao processo de retirada de cérebros suínos em fábricas.
O título aí de cima soou estranho para você? Pois não houve erro, é isso mesmo. Um grupo de médicos americanos anunciou nesta quarta-feira (16) a descoberta de uma nova doença neurológica, que causa inflamação nos nervos, dor intensa e dificuldade de movimentos. Extremamente rara, a enfermidade parece só atingir pessoas que trabalham na extração de cérebros de porco e respiram sem qualquer proteção.


Eu sei o que você está pensando. “Mas por que diabos alguém ia querer extrair o cérebro de um porco?” Bom, embora pareça meio esquisito, o cérebro suíno é alimento em muitos países da Ásia. No Ocidente, é extremamente raro você ver esse tipo de prato no cardápio, mas algumas fábricas de processamento de carne suína nos Estados Unidos exportam cérebros para o mercado asiático. E foram nelas que os primeiros casos, detectados recentemente, começaram a aparecer.

A doença ainda não tem nome “oficial”. Os médicos se referem a ela como “neuropatia inflamatória progressiva”. “Sabemos que não é um nome dos melhores, mas é tudo o que sabemos até agora. Com certeza teremos um nome no futuro, apenas não sabemos qual será”, explicou um dos autores da descoberta, o neurologista Daniel Lachance, da Mayo Clinic, em Rochester, nos EUA.


Respirando picadinho


A investigação sobre a enfermidade ainda está em andamento, mas os médicos já sabem algumas coisas. Ela é causada pela exposição ao processamento de carne de cérebro suíno através de ar comprimido e parece surgir quando pequenos pedaços do tecido cerebral entram em contato com o organismo humano. A única possibilidade de isso acontecer, uma vez que os funcionários usam luvas e não comem a carne, é pela respiração.

Os sintomas surgem rapidamente, em questão de semanas. “Tenho um caso de uma mulher que nunca trabalhou, apenas criou os filhos. Ela decidiu procurar um emprego e começou a trabalhar na extração de cérebros em setembro. Em semanas, ela apresentou os primeiros sintomas. Em dezembro, já estava em tratamento comigo”, diz Lachance.

Em comum, todos os pacientes relataram dor intensa, fraqueza e fadiga. Além disso, eles apresentaram formigamento e falta de sensibilidade nos braços e pernas. Os sintomas, segundo a equipe de Lachance, surgem porque a doença inflama os nervos da coluna. A inflamação, por sua vez, surge como uma resposta do sistema imunológico à exposição ao cérebro suíno.


Casos nos EUA

Ao todo, 18 casos da doença foram localizados em uma fábrica no estado americano de Minnesota. Há outros seis casos suspeitos, sob investigação, cinco em uma fábrica em Indiana e um no Nebraska. Das 18 pessoas afetadas, metade são mulheres e metade homens, com idades que variam dos 20 aos 54 anos. A única coisa em comum que os pacientes tinham era o fato de todos trabalharem no mesmo local.


De acordo com o levantamento feito pelo governo americano, essas parecem ser as únicas unidades que fazem retiradas de cérebros no país. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos está trabalhando com a Organização Mundial de Saúde para encontrar outras fábricas em outros países. “É um procedimento extremamente raro”, explicou o neurologista do CDC, James Sejvar.


As análises iniciais indicam que não há qualquer perigo no consumo de carne de porco, nem mesmo do cérebro. A doença parece surgir apenas em casos de exposição direta ao processo de extração. Também não há indícios de que exista contaminação de pessoa para pessoa, nem de que os animais estivessem doentes antes do abate. “Ainda sabemos muito pouco, mas estamos investigando. Daqui a alguns meses poderemos ter coisas completamente novas”, disse Lachance.

As escrituras são verdadeiras ao proibir o consumo deste animal em seu contexto demonstra que existem muitas doenças e males provenientes do suíno que serão descobertas.

Fonte: Marília Juste Do G1, em Chicago - 16/04/08 - 18h03 - Atualizado em 16/04/08 - 19h34